“Não há sombra a vista, o sol castiga.
Os últimos trezentos e sessenta e cinco passos foram de tirar o fôlego, roubaram energias.
Por aqui tudo parece árido. Nenhum sinal de chuva. Nenhuma sinalização no caminho.
Você olha pra frente e não há estrada. Olha para os lados e não há pousadas. Então você fecha os olhos e deixa que os ombros caiam. Como um primeiro movimento de quem se rende, de quem desiste.
E neste momento, por força e mágica da sobrevivência, você é atingido por um comichão.
Suas mãos estão lá, como sempre estiveram, dizendo, como nunca disseram:
_ Plante!
Plante, mesmo que indignado. Mesmo achando que era a hora de colher.
Plante sem poder afrouxar os cintos. Sem ter ao alcance as melhores ferramentas.
Plante sem acreditar.
Plante assim mesmo, duvidando. Não pense muito.
Plante.
Plante sem garantias.
Tire da bagagem que você carrega pela vida afora alguma semente e plante.
Porque, neste momento, mesmo que você não queira, mesmo que você não veja, mesmo que você não acredite, a melhor coisa que você pode fazer é apostar no futuro. E apostar no futuro é uma cosia que a gente só pode fazer hoje.
Plante!”
Créditos: Agência Lápis Raro
Equipe Psiu Notícias.
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